em pequenos
goles,
sorvendo
delicadamente
cada gotícula,
sentindo
o gosto do amor
a transpirar
e transitar
livremente
na pele
eriçada e doce.
Beba-me
tingida
de cabernet,
entregue
como as uvas
ao amasso,
na extração
do sumo.
Beba-me
como se fosse
matar a sede
no deserto:
sofregamente
beba-me
e delire depois,
na tontura leve
ou vertiginosa,
que (des)governa
e impulsiona
ao deliriuns treme
do Prazer...
Mar bravio
Remanso
Perigoso na margem
da derme
Enquanto
Borbulha oceano
Da mente
Vira a embarcação
Do sentir
E sobra
O nada
D'uma viagem
Pessoal e profunda...
Bebi tanto
dos teus líquidos
e não matei a Sede,
que agora Como
tuas entranhas.
Pedaços vivos
da tua Carne,
presos entre
meus Dentes,
por algum tempo
serão o Gosto
desse Amor
Insano...
Veronica de Nazareth-Noic@
*mucho loca...comiendo todo,para que sea entero el gusto...rs*
Me fiz bonita pensando em ti
Vesti de preto
Desde a calcinha até o chinelo.
Maneira excitante de me mostrar.
Esperei. Espiei à cada minuto.
Brinquei com as horas
Rodei ponteiros de relógio
Fiz de conta que li
E num falso ar de compenetração
Vi o tempo passar
Sem que chegasses.
Cansada, deitei.
Desiludida, adormeci.
Sonhei que me entreabrias
Os lábios com língua de fogo
E o calor foi tão intenso
Que acordei com as labaredas
Do incêndio de mim mesma.
Na torneira não havia
Um pingo d´água
Então
Piromaniacamente deitei
Sobre as brasas do meu desejo
Para finalmente ter sossêgo
No silêncio orgástico
Da solidão gelada...
Corta-me,
como a lenha que vai
crepitar na lareira,
fazendo fogueira de mim nos teus braços.
Corta-me,
igual ao copo-de-leite ou o lírio,
que vão enfeitar túmulos,
para falar de tanto amor.
Corta-me,
feito peito aberto em mesa cirúrgica,
tentando reavivar um coração
que ainda tem tanto por amar.
Corta-me,
tipo cebola que faz chorar,
dando sabor gostoso ao degustar.
Corta-me,
de forma romântica ou selvagem,
como queiras...de qualquer maneira...
só não deixa que eu fique
inteira e insossa; tempera-me.
Mas só depois de fatiar-me em emoção.
Então vem e
Corta-me,
igualzinho ao verdadeiro Tango,
nas suas 45 figuras plenas e marcadas:
Corta-me,
deixa apenas o eixo do prazer!
Chora, chora violão amigo,
na batida forte
das tuas cordas,
Acorda e faz Vibrar,
outra vez,
minha alma cigana
há tanto presa
no som
que não mais
se escuta.
C H O R A ...
derrama o sentir,
molha-umecta-revive
a certeza
do tempo novo,
Juntos,
à minha espera.
C H O R A ...
só me fazes chorar,
sem linha-horizonte
e sem trégua,
em gotas de letras
amor e saudade,
d'uma cigana
que não dança mais:
L
e
m
b
r
a
n
ç
a
C H O R A
pelos sons
da
alma faceira
d'outrora.